THE RESET, COVID-19

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Ana Carolina Bajarunas

Ana Carolina Bajarunas

Fundadora & CEO da Builders Construtoria e Idealizadora do Foodtech Movement.
Tempo de leitura: 3 minutes

As opiniões dos colaboradores do FT1 são somente suas

Na última quarta-feira, dia 11 de março, a forma como consumimos e vivemos teve uma mudança considerável. Estamos vivendo um isolamento doméstico ocasionado pela pandemia da década, o coronavírus, ou apenas Covid-19. 

Ficar em casa sem poder sair, ir a um restaurante, supermercado, chamar amigos e familiares para um almoço ou jantar, ou simplesmente mudar a rotina de suas refeições é um convite a reflexão e busca de novas alternativas. 

Se você já não é o tipo de pessoa que cozinha em casa deve acabar passando por isso cedo ou tarde neste período de reclusão uma vez que aquela simples compra on-line agora pode ser um desafio extra em meio a tantos que estamos vivendo. Aqui na Europa, por exemplo, a fila de espera de um delivery de supermercado chegou a mais de 2h na semana passada apenas para conseguir acessar o site!

O ato social mais amado do planeta continuará sendo um ato de amor mas não tão social assim, pelo menos não por algumas semanas. 

Algumas redes de supermercados européias formaram comitês de gestão de crise há pelos menos 15 dias atrás para se prepararem para atender esta demanda em quantidade e sortimento mas nem todos pensaram nisso. 

Reações como as que houveram na Europa e nos EUA na semana passada, as chamadas ‘panic shopping’, deixaram gente grande desprevenida. Pessoas que se desesperaram com a possibilidade de ficar sem comida ou remédios, acabaram estocando e deixando prateleiras vazias.  Com isso alguns itens desapareceram, fazendo o preço dobrar quando encontrados, ou simplesmente deixando os demais sem abastecimento. 

Patrick T. Fallon/Reuters

Outro ponto importante de reflexão que o Covid-19 nos traz é a sua origem. 

Assim como outras pandemias que já assolaram a humanidade (gripe espanhola, asiática, de Hong Kong e Suína) ela se originou de animais. Não estamos aqui para demonizar nada mas sim para refletir. Será que tudo isso não teria alguma correlação? 

Não vi muita gente no Brasil falando sobre a African Swine Fever mas além de Covid-19, tem uma pandemia animal acontecendo na China também. Matando até agora mais de 2 milhões de porcos, este é outro game-changer no setor de alimentos que vale ser comentado.

Enquanto o mundo olha para o Corona, temos ainda esta preocupação extra com a carne suína e, muito embora as autoridades chinesas aleguem que um porco infectado não oferece riscos aos ser humano, o CDC (Center for Disease Control and Prevention) dos EUA afirmou que sim, já foram registrados casos e podem haver reações. Esporádicas mas não impossíveis!

Então num momento onde repensar a forma como estamos vivendo, parece fazer total sentido pensar também na forma como estamos comendo e produzindo nossos alimentos, em especial os de origem animal. 

Algumas marcas, como a dinamarquesa Naturli’,  já apostam forte neste sentido. Sem nenhuma conexão com o mundo animal, eles assinam suas embalagens com a tag: plantas são o novo black (planter er der nye sort). O mundo a base de plantas parece caminhar mesmo para se tornar o pretinho básico da alimentação mundial saudável se olharmos para o cenário de agora. 

Além disso, o isolamento reduziu a produção industrial e, com isso, a poluição atmosférica. Alguns especialistas afirmam que muito embora ainda não se saiba qual será o número exato de mortes devido ao coronavírus, ele pode ser um mal menor se comparado ao mal que a poluição faz as pessoas. 

Comentam ainda que tomamos medidas incríveis de combate ao vírus, mas não fomos capazes de fazer nada parecido para enfrentar problemas de mudanças climáticas e com a própria poluição atmosférica antes desta crise. 

O fato é que, em meio a crise, temos a oportunidade de rever a forma como consumimos, produzimos, trabalhamos, nos relacionamos e claro entender como tudo isso afetará a nossa economia. 

Estejamos então preparados para estas novas formas que estão por vir. Para observar, mudar, reaprender a fazer o que é preciso ser feito sempre de uma maneira melhor, mais inteligente e mais focada no bem-estar coletivo. RESET! 

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