Já ouviu falar no termo “O Novo Saudável”?

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Eloisa Espinosa

Eloisa Espinosa

Engenheira de Alimentos com 24 anos de experiência em ingredientes e insumos para Industria de Alimentos e Food Service. Faz parte do time da Builders Construtoria
Tempo de leitura: 4 minutes

As opiniões dos colaboradores do FT1 são somente suas

O termo “saudável” que antes restringia e excluía vários ingredientes e estampava os rótulos de produtos “light”, “diet” e “zero” muito mais focados a calorias e dietas, deu lugar a alimentos com maior densidade nutricional. E o que é isso?

Se trata da era da “nutrição positiva”, que valoriza alimentos e produtos alimentícios completos, complexos e balanceados, que não se limitam somente a reduzir açúcar e sal. O equilíbrio será mais forte que o reducionismo, apesar de ainda vermos muitos lançamentos free from”  glúten, lactose, conservante, etc. Segundo a RG Nutri, se projeta um enfraquecimento gradual desta categoria no futuro.

Isso significa que a (atualmente pressionada!) Indústria de Alimentos continuará trabalhando nos projetos de renovação de seus portfólios atuais para reduzir açúcar, sal e gorduras; mas terá que inovar, trazendo ao mercado produtos mais equilibrados e nutritivos.

Dentro do conceito holístico de saúde, bem-estar e equilíbrio, temos que destacar o surgimento da “indulgência consciente” e dos “padrões alimentares sustentáveis”, abrangendo as necessidades nutricionais, a biodiversidade local, herança cultural e preocupação com o meio ambiente.

Com todos esses conceitos e insights na cabeça, eu visitei a feira Naturaltech em São Paulo e escolhi a categoria chocolate & cacau para inspirá-los com alguns exemplos de produtos e conceitos indulgentes, mas que estão desenvolvidos e lançados sob a ótica da saúde, bem-estar e equilíbrio sustentável.

A empresa ressalta sua preocupação com o meio ambiente e raízes, plantando com mínimo impacto na natureza e grande impacto nas pessoas e relações. Sugestões bem interessantes de uso dos nibs em iogurtes, granola, sorvetes, toppings, mousses, recheios, cookies e brigadeiros.

Chocolate de verdade produzido com cacau selvagem da várzea do Amazonas. O portfólio é amplo e conta com nibs, linha origens e linha parcerias sustentáveis, onde o chocolate é combinado com cupuaçu, café, castanha, e pimenta (tudo da Amazônia).Toda a linha é sem lactose, glúten, gorduras trans, aromatizante ou conservantes.

Mas o grande plus fica por conta da Na’kau ser um produto “Na Floresta Alimentos Amazônicos”, que é um projeto socioambiental que paga valores justos aos cacauicultores, proporcionando às suas famílias maior satisfação financeira e consequente redução de seus interesses em extraírem outros recursos naturais.

A empresa comercializa chocolates especiais há 10 anos e tem diversas marcas como Stevia choco, Chocofitness 72% cacau, Chocofitness 54% de cacau, BellaButterfly, Only4, Zeromilk e Chocofree.

Todos produtos são veganos, zero glúten, soja, caseína, proteína animal e oleaginosas. Destaque merecido para a linha Only4 70% cacau, que traz a perfeita combinação com apenas 4 ingredientes: manteiga de cacau, massa de cacau, açúcar de côco e óleo de côco. A linha apresenta 5 sabores: chia, cranberry, flor de sal, nibs de cacau e puro.

Chocolates com zero adição de açúcar, mais proteínas, mais fibras, sem glúten. Mas o que mais me chamou a atenção não foram as linhas Deli + e Deli Deli, mas sim o marshmallow zero açúcar chamado Musa. Ele é produzido com albumina e adoçado com maltitol e sucralose e se “auto-declara” o primeiro no mundo. Eu degustei e achei interessante porque o sabor é redondo e não senti aftertaste.

Com um portfólio bem diversificado, a empresa comercializa linha Zero Açúcar, linha Vegana e linha com Leite. As apresentações também são variadas e conheci bombons recheados (cx com 238 g), tabletes 80 g, barrinhas 20 g e pastilhas 5 g. Vale a pena destacar os itens para Food Service, em pacotes ou barras com 1 kg.

A empresa originalmente indulgente, trouxe para a feira, dentre outros produtos, o Pick Nick. É uma linha de drageados de cereal de arroz, uva passa, amendoim e banana passa; todos cobertos com chocolate ao leite sem adição de açúcar.

Sistemas agroflorestais misturando árvores de cacau com coqueiros, laranjeiras, aroeiras, baunilhas e outras que são a base desta empresa de chocolate gourmet. Respeita a biodiversidade e faz o processo de A a Z; chamado por eles “Tree to Bar”, cuidando dos cacaueiros, colheita, frutas, beneficiamento, amêndoas e finalmente do chocolate.

Conhecida empresa com sério compromisso com o meio ambiente, faz chocolate (Tree to Store), cuida das pessoas e do meio onde elas vivem, a Mata Atlântica do Sul da Bahia.

Para mim, a maior inovação da categoria eu encontrei aqui e não foi em produto, mas sim em embalagem. A AMMA lançou uma nova embalagem compostável, com a qual assegura poupar 5,4 tons de papel, 1,3 tons de plástico, 130 árvores e 2.000.000 de litros de água por ano.

Ficou claro que mesmo uma categoria indulgente como chocolate, pode evoluir e trazer alegações muito maiores que o prazer. Os exemplos trazidos da feira Naturaltech ilustram com clareza que o novo saudável é mais abrangente e está baseado no tripé saúde, bem-estar e equilíbrio.

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