DESAFIOS DA INOVAÇÃO NO BRASIL

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Eloisa Espinosa

Eloisa Espinosa

Engenheira de Alimentos com 24 anos de experiência em ingredientes e insumos para Industria de Alimentos e Food Service. Faz parte do time da Builders Construtoria
Tempo de leitura: 3 minutes

As opiniões dos colaboradores do FT1 são somente suas

A indústria passa por profundas transformações, a chamada quarta revolução industrial, digitalização ou indústria 4.0 ! Esta fase de mudança abre desafios e oportunidades para as indústrias brasileiras.

A indústria brasileira vem perdendo competitividade no mercado internacional. A participação do Brasil caiu de 0,82% em 2005 para 0,58% em 2015. (Fonte: CNI, com base em dados da OMC).

Muitas empresas ainda enxergam inovação como despesas e não investimento.

Investimento em inovação gera benefícios para a economia, mas concordo que os custos e riscos da atividade inovadora são altos para a empresa que investe em P,D&I (Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação). O Brasil necessita criar um ambiente regulatório que estimule a inovação, um sistema de apoio tecnológico e linhas de financiamento adequadas.

O governo tem a meta de aumentar a participação do investimento empresarial em P&D, de 39,9 para 50%. Uma das iniciativas para isso deveria ser o fortalecimento de programas de estímulo a startups para o desenvolvimento de soluções para a indústria. Mas onde está a agenda de ações para o Brasil se tornar mais produtivo e competitivo? Como gerar resultados concretos para o fortalecimento da indústria?

Sei que não depende só do governo, mas não adianta ter metas sem plano tático para alcançá-las. Por outro lado, as empresas têm papel fundamental no aumento da competitividade do país, através de aumento de produtividade, lançamento de novos produtos, melhoria de processos & gestão e expansão para novos mercados.

O sucesso do investimento em pesquisa e desenvolvimento depende de uma boa gestão da inovação. A gestão eficiente contribuirá para a minimização dos riscos e adequação dos resultados aos objetivos. A capacidade de inovação das empresas brasileiras é pouco desenvolvida.

Em julho foi lançada em Nova Deli na Índia a 12ª. edição do Global Innovation Index (*), ranqueando 129 economias mundiais e baseando-se em 80 indicadores (desde as tradicionais medidas como investimento em P&D e patentes internacionais até novos medidores como criação de Apps para celular). Os líderes em inovação na América Latina & Caribe foram Chile (51º), Costa Rica (55º) e México (56º). O progresso é lento e o Brasil (maior economia da região) ficou em 66 º lugar, atrás da Tailândia, Vietnam e Filipinas (sim, aqui cabe uma exclamação, wow!!).

Para mim, um dos grandes desafios é elevar o investimento em P&D de forma autônoma ou em conjunto. A parceria entre empresa e academia ainda é ínfima neste país de proporções continentais. Unir  institutos tecnológicos e universidades não é tarefa fácil para os profissionais da indústria, mas é ação fundamental para aumentar a capacidade de inovar das empresas.

Compartilhar novas tecnologias, promover uma cultura inovadora, acesso às informações e serviços e, principalmente fortalecer a relação aberta entre Instituições Científica, Tecnológica e de Inovação (ICTs), startups, cadeia de valor e empresas é chave para estimular a inovação na indústria brasileira.

Ano passado tive a oportunidade de assistir a uma palestra ao vivo aqui no Brasil do Soumitra Dutta, aqui no Brasil. Segundo o professor de gestão da universidade de Cornell, EUA; existem 4 desafios básicos:

  • Branding– fortalecer a “marca” do Brasil como país inovador (em 2019 ocupamos a 66ª. posição do ranking do Índice Global de Inovação, atrás da Índia (52ª), China (14ª) e África do Sul (63ª).
  • Capital Humano – investir mais em formação nas áreas de STEM (Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática) e melhorar a pesquisa das universidades do país. Em 2019 Brasil está na lista Top 100 de universidades do mundo, enquanto os melhores clustersde ciência e tecnologia estão nos Estados Unidos, China e Alemanha.
  • Ecossistema de inovação –a colaboração em pesquisa entre universidades e indústria é fraca (58º lugar no ranking do GII 2019).
  • Competência digitais –apesar de bem classificado em aspectos como indicador de uploads de vídeos no YouTube, ainda precisa investir mais em softwares e aumentar o número de unicórnios brasileiros.

E você, concorda que estes são os principais desafios no segmento de alimentos?

Existem outros relevantes, que não podem ser esquecidos?

Quais são suas sugestões de ações para os diversos atores do ecossistema?

Compartilhe com a gente no Instagram do Foodtech Movement!

(*) Released jointly by WIPO, Cornell University, INSEAD and the 2019 GII Knowledge Partners, the Confederation of Indian Industry, Dassault Systèmes – the 3DEXPERIENCE Company – and the National Confederation of Industry (CNI) – Brazil and Brazilian Micro and Small Business Support Service (Sebrae)

 

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